Cibersegurança: por que o mundo corre risco de uma catástrofe cibernética?

Segundo a última edição do WEF, em Davos, ciberataques continuam entre os principais riscos globais.
Assim como o digital faz cada vez mais parte de nossas vidas pessoais e profissionais, a necessidade por medidas de segurança cibernética cresce de forma exponencial. Além dos desafios trazidos pelas crises climáticas, sociais, econômicas e políticas, no último Fórum Econômico Mundial (WEF), realizado em janeiro em Davos, a questão da cibersegurança ganhou a atenção dos gestores e líderes presentes como um importante risco para 2023 e também para os próximos anos.
Isso acontece porque é crescente o número de empresas e infraestruturas críticas que dependem de sistemas que, se afetados, podem trazer consequências graves em âmbito de ordem, economia e fornecimento de serviços básicos à população. Para 86% dos líderes mundiais, as próximas trincheiras serão virtuais e a grande instabilidade geopolítica pode levar o mundo a um evento cibernético de grandes proporções, de acordo com a pesquisa Global Cybersecurity Outlook 2023, exibida durante o WEF.
Para se ter uma ideia do impacto, o Cybersecurity Ventures estima que, até 2025, o cibercrime movimentará cerca de US$ 10,5 trilhões. Se fosse um país, ele seria considerado a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos EUA e da China. A critério de comparação, em 2015, o cibercrime movimentava aproximadamente US$ 3 trilhões.
Porém, em consonância com o aumento de investidas – de acordo com a BlackBerry, a cada minuto pelo menos um ataque é realizado por operadores de ciberameaças -, também é notável o número de investimentos em soluções de Segurança da Informação. Segundo o relatório IDC Predictions deste ano, só no Brasil, percebe-se um crescimento de 13% em relação a 2022. É esperado que até o final de 2023 os gastos em SI cheguem a US$ 1,3 bilhão.
Impacto nos negócios
O fato é que, com a crescente superfície de ataque, a ocorrência de incidentes cibernéticos passa de uma questão de “se” para “quando”. Essa perspectiva não é acompanhada somente nas pesquisas divulgadas periodicamente, mas também nas inúmeras notícias de ataques, interrupção de operações e sistemas afetados. Hoje, para 88% dos conselhos, a segurança cibernética não é apenas uma questão de TI, mas sim um risco comercial, segundo o Gartner.
Isso acompanha a tendência do mercado em priorizar a cibersegurança nas empresas. O levantamento realizado pela IDC também revelou que cerca de 50% das empresas brasileiras e latino-americanas vão colocar a proteção digital como prioridade.
Pandemia, home office e novos desafios de cibersegurança
A pandemia de Covid-19 trouxe profundas mudanças econômicas e estruturais para as empresas. Os modelos de trabalho em home office e em rotinas híbridas vieram para ficar, demandando dos negócios novos esforços para proteger o ambiente corporativo. De acordo com o novo estudo realizado pela Cisco, no Brasil, 84% dos entrevistados afirmaram que suas equipes utilizam sistemas e equipamentos não oficiais para acessar o ambiente corporativo. Esse número condiz com o aumento de ciberataques: 49% afirmaram que sua empresa sofreu com algum incidente no último ano.
Destes, 61% arcaram com custos de pelo menos US$ 100 mil. Para 32%, os valores ultrapassaram os US$ 500 mil. Essa relação foi relatada no estudo, uma vez que 76% dos participantes brasileiros atribuíram o aumento dos incidentes às rotinas diferenciadas.
O home office também é relacionado ao aumento no número de ataques à nuvem, que quase triplicou em 2022, segundo a Netskope. Para a empresa, especialista em proteção em cloud, isso ocorre porque mais usuários passaram a utilizar e fazer uploads de arquivos na nuvem.
O tamanho impacto nas empresas somado à dependência de infraestruturas críticas por sistemas conectados acende o alerta sobre o futuro da segurança, ameaçando negócios, governos e até a população. É fato que não existe uma bala de prata ou um xeque-mate que elimine definitivamente quaisquer ameaças. No entanto, é a união de forças, a investigação de vulnerabilidades e atuação firme perante os riscos que permitirá que as empresas vivam – e sobrevivam – no mercado digital.
E você, gestor(a)? O que espera da cibersegurança para os próximos anos?
Não espere que os riscos batam à porta para tomar uma atitude. Antecipe-se e proteja o seu negócio.
Minuto da Segurança: https://minutodaseguranca.blog.br/pesquisa-da-netskope-aponta-que-malware-na-nuvem-quase-triplicou-em-2022/
WEForum: https://www.weforum.org/impact/cyber-resilience-oil-and-gas/
Minuto da Segurança: https://minutodaseguranca.blog.br/mundo-corre-risco-de-uma-catastrofe-cibernetica-em-dois-anos/
Ciso Advisor: https://www.cisoadvisor.com.br/ciberataques-atingem-sistemas-uma-vez-a-cada-minuto-diz-estudo/